Essa ilustração do Leonardo Da Vinci é usada como referência estética de simetria e proporção no mundo todo. O que poucos sabem é que ela é uma resposta gráfica para um desafio matemático. Sim, algo como uma parábola ou uma senóide.
O desafio surgiu na Roma antiga, uns 15 séculos antes do Léo sair fazendo seus rabiscos. Quem o formulou foi um arquiteto grego chamado Vitruvius. Segundo ele, a construção de um templo deveria se basear nas proporções do homem, consideradas divinas. Mas não poderia ser qualquer homem, ele deveria ter proporções bem específicas:
Face, do queixo ao topo da testa -> 1/10 da altura do corpo.
Palma da mão, do pulso ao topo do dedo médio: -> 1/10 da altura do corpo.
Cabeça, do queixo ao topo: -> 1/8 da altura do corpo.
Base do pescoço às raízes do cabelo: -> 1/6 da altura do corpo.
Meio do peito ao topo da cabeça: -> 1/4 da altura do corpo.
Pé: -> 1/6 da altura do corpo.
Largura do peito: -> 1/4 da altura do corpo.
Largura da palma da mão: -> quatro dedos.
Largura dos braços abertos: -> altura do corpo.
Umbigo: -> centro exato do corpo.
Base do queixo à base das narinas: -> 1/3 da face.
Nariz, da base às sobrancelhas: -> 1/3 da face.
Orelha: -> 1/3 da face.
Testa: -> 1/3 da face.
Além disso, o corpo, com os membros estendidos, deveria caber em duas formas geométricas também consideradas perfeitas: o círculo e o quadrado.Desenhar o tal homem “perfeito” era considerado um grande desafio. Tanto que, se alguém o resolveu na época, não ficou para a história. Com a redescoberta dos valores greco-romanos na Renascença, a questão voltou.
O maior desafio não eram as proporções do homem, mas colocá-lo dentro das formas geométricas. Muitos que tentaram, cometiam um erro besta ao colocar o círculo e o quadrado com o centro no mesmo lugar, o que resultava em um monstro de tronco curto, mãos e pés enormes.
Quando resolveu encarar o problema, Leonardo já era conhecido por pensar de forma diferente dos outros. Sua saída foi brilhante: ele apoiou as duas formas sobre a mesma base. Depois desenhou um homem seguindo as proporções estabelecidas.
No processo, ele acabou por determinar que a altura do corpo (igual à largura dos braços abertos, segundo Vitruvius) se encaixava perfeitamente em um quadrado. Os braços levantados à altura da cabeça tocam o círculo e o mesmo acontece com as pernas abertas.
Apesar de ser quase desconhecido do público geral, Vitruvius e seu homem são muito mais importantes que se imagina. Suas idéias sobre as proporções humanas influenciaram a estética de muitos pintores e como, naquela época não havia divisão entre pintor, arquiteto e engenheiro, muitos prédios foram encomendados a artistas. Influenciados por essas idéias de proporção, eles construíram muitos dos prédios “clássicos” que viriam a definir o estilo europeu ocidental.
Ah, se por acaso você ficou com vontade de se medir, tenha em mente que não existem valores corretos para o corpo humano e que hábitos de postura podem influenciar bastante o resultado...
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{ 3 Comentários... Skip ke Kotak Komentar }
Sabe que eu nunca entendi bem esse desenho de Da Vinci.
A genialidade dos grandes homens da história da humanidade muitas vezes é um grande desafio pra nossa imaginação.
Parabéns pelo blog... particularmente tenho muita dificuldade de encontrar blogs com assuntos interessantes.
http://arvoreando.blogspot.com/
Nossa, que frustrante!
Quando eu era pequeno, descobri sozinho que meus braços abertos tinham o mesmo comprimento da minha altura.
O "Léo" já sabia disso antes de mim. :(
Sensacional!!!
Viva a genialidade!
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